
Talvez os portugueses não tenham sido grandes inventores, mas que fizeram muito pela indústria, isso é inegável. Os calados dos navios, velames em triângulo, instrumentos de navegação, métodos de conservação de alimentos, siderurgia metalurgica, texteis de linho, estaleiros, etc, foram técnicas obtidas de diferentes nacionalidade através ou de importação de mentes, ou espionagem, ou roubo, etc. A escola de sagres foi um vertedouro de conhecimento, e a Ribeira das Naus, com o uso de todo o conhecimento acumulado se tornou uma fábrica de navios que não só serviu a Portugal, mas a todas as nações que estivesse dispostas a pagar. Não só da exploração marítima o Império portugues se tornou grande no século XVI, mas também do desenvolvimento de suas técnicas.
Oficiais dos Armazéns de Guiné e Índia com cargos vitalícios, e um ordenado anual de 30 mil reais comandavam a Ribeira das Naus, nomeados diretamente pelos chanceleres dos Reis. Tinham a função de Mestre Carpinteiro ou de Mestre Calafate.
Eles controlavem 15 mestres Carpinteiros, davam baixa sobre o andamento das construções para o provedor do Armazém e faziam pedido dos materiais fornecidos pelo Almoxarife da Ribeira.
Liames que davam sustentação ao casco (Quilhas e cavernas) eram feitas de sobreiros. Já os carvalhos, pela sua resistencia eram colocados nos costados das naus.
Eram proibidos o cortes dos sobreiros se não fossem para atividades náuticas. Madeiras eram materias primas muito importantes, as formas e resistências das árvores eram levadas em conta de acordo com sua função. O sobreiro http://pt.wikipedia.org/wiki/Sobreiro é uma árvore com várias torturas e garfos, com resistência e formas que facilitam a construção de das cavernas, com agulhas e curvas dando reforço aos cascos. Mas florestas numa indústria tão rica tendem a rarear, por isso as navegações exploratórias eram atentos a terras e ilhas que poderiam prover de matéria prima como a Ilha da Madeira ou o Brasil.
Pinhos e Carvalhos também eram importados de outras nações em grande quantidade, até substituidos por carvalhos com menos vantagens para a construção como o carvalho de Flandres ou de Gdansk (Polônia).
Pez e Alcatrão, importados da Polonia, eram utilizado na calafetagem dos navios. As pranchas são ligadas as ossaturas do navio através da Calafetagem.
Não foram apenas as construções náuticas que escassearam as florestas, mas tambem os fornos de cal, fornos de pão, pasteis biscoito, olarias, derretimento de vidro, metalurgica, louça, refinação do açúcar, atividades domésticas, etc.
As leis régias de proteção de florestas foram mais específicas para manter as atividades náuticas.
Fornos de vidros teria que estar distante de Lisboa, pinhões e pinhas não poderiam mais ser comercializados para cumprirem sua função de sementes.
Mesmo com esta medida, árvores na idade do corte se tornaram raros, sendo utilizados árvores ainda jovens, com, claro, a frequente naufrágios por causa da ineficiencias dos cascos no final do século XVI.